Universitária espera por 4 anos e doa cabelos para pacientes com câncer
Oncologia do HR que registrou aumento de 42,5% no número de atendimentos


03/02/2017 17:41:28 Paulo Fernandes NOTÍCIAS

Quatros anos de espera para um momento simples, simbólico e de realização. A solidariedade foi a principal motivação da estudante Maria Luíza Cardozo Christovam, de 17 anos, na doação do seu cabelo para confecção de perucas ao Centro Oncológico do Hospital Regional de Presidente Prudente “Doutor Domingos Leonardo Cerávolo”. A doação será encaminhada pelo hospital para um grupo de voluntários que confeccionam perucas para doar aos pacientes.

“Minha inspiração veio em 2013 quando perdi minha avó para o câncer. Ela não se sentia bem sem cabelo. Eu tentava de muitas maneiras resgatar a autoestima dela. Usávamos lenço juntas. Quando ela se foi, eu que sempre tive o cabelo curto, decidi não mais cortar até poder doar para a produção de perucas. No ano passado, mais uma vez minha família foi surpreendida e perdi meu avô para o câncer. Foi então que optei em fazer o corte”, explicou a universitária.

A doação foi realiza em três partes, sendo uma com 32 cm, outra com 25 e a última medindo 15 centímetros, totalizando 72 cm.

A decisão da jovem chamou atenção dos amigos. Segundo Maria Luíza, a escolha de deixar o cabelo crescer foi comentário muitas vezes na escola, principalmente. Ainda nenhuma colega seguiu o exemplo, mas ela acredita que gestos simples, mais cedo ou mais tarde, contribuem para aqueles que precisam. “É uma atitude pequena para nós, mas que motiva as pessoas que passam por grandes problemas. O cabelo da mulher interfere na autoestima e na vaidade. O meu cabelo vai crescer de novo e tenho certeza que vai ajudar alguém a se sentir melhor”, declarou.

Neste dia 4 de fevereiro é comemorado o Dia Mundial do Câncer. Apenas, no Centro Oncológico do HR foram realizados 1.531 atendimentos no ano passado contra 1.074 em 2015, um aumento de 42,5%. O número de paciente também registrou alta. Em 2015, a unidade atendeu 493 pacientes diagnosticados com algum tipo de câncer. Já no ano passado, este número saltou para 669, uma elevação de 35,6%.

Para o médico oncologista coordenador do Centro Oncológico do HR, André Genaro, o número já era esperado devido a incidência em curva de ascensão em todo país. No entanto, ele destaca que, na região de Presidente Prudente, o volume de casos está mais acentuado. “Há uma soma de fatores que contribuem para estes resultados. Dois eles, dizem respeito primeiramente a acessibilidade do paciente no diagnóstico. Apenas no ambulatório de oncologia do HR há um fluxo de 200 pacientes mês em média e mais de 450 sessões de quimioterapia. Outro fator importante que temos que levar em consideração é a expectativa de vida. As doenças de fatores e risco da idade contribuem para novas diagnósticos”, esclareceu.

 

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